A economia mundial foi, há três meses, encerrada a pretexto de uma luta global para defender a saúde pública de uma crise pandémica viral. O confinamento foi quase total, numa demonstração de responsabilidade por parte do cidadão comum que, em muitos casos, obrigou os seus governantes a legislarem à posteriori.
Mas, se, de repente, acordássemos do pesadelo da pandemia e do confinamento, para o pesadelo de sabermos que fomos confinados e manipulados pela elite da globalização financeira?
O problema é este: Será que o confinamento, traduzido na bancarrota de milhares de empresas, no desemprego em massa, na generalização da pobreza foi feito a pretexto da defesa de vidas humanas ou, pelo contrário, a decisão do confinamento e do encerramento da economia mundial foi atempadamente pensada por uma elite privilegiada e interessada nos resultados desse mesmo confinamento?
Michel Chossudpovsky, economista canadense e professor emérito de Economia da Universidade de Ottawa, vem afirmar que “temos ampla evidência de que este processo de encerramento de economias nacionais foi deliberado. É um plano, coordenado com alguns dos protagonistas da crise financeira ocorrida no mês de Fevereiro de 2020, a qual levou a um colapso maciço de instituições bancárias, mercados de acções e assim por diante. A campanha de medo e de desinformação facilitaram a manipulação do mercado de acções. E estamos a falar acerca da utilização de derivados muito refinados, instrumentos especulativos, etc.”
Ou seja, o encerramento da economia global permitiu a acumulação de um maior poder financeiro à custa do aniquilamento de concorrentes menos expressivos.
E a fase seguinte, segundo Michel Chossudpovsky, é “uma crise orçamental dos Estados com um declínio dramático nas receitas fiscais, devido à falência de empresas e ao despedimento de milhões de trabalhadores.”
A perda de receita vai, por sua vez, obrigar os Estados a reduzir muitos compromissos com o Estado Social.
Em última análise, será através de uma gigantesca operação de dívida global implementada tanto nos chamados países “desenvolvidos” – por exemplo, Itália, França, Estados Unidos, Canadá – como nos países em desenvolvimento, onde actuarão mais as instituições financeiras internacionais, como o Banco Mundial, o FMI, os bancos de desenvolvimento regionais”.
Ou seja, os Estados estarão, como nunca estiveram, nas mãos dos credores (bancos, instituições financeiras e fundos especulativos) e obedecerão ainda mais aos ditames dos credores e da ideologia neoliberal.
Por outro lado, a destruição de milhares de empresas em determinados sectores vai produzir uma concentração de capital em poucas mãos, o que permite uma acumulação mais rápida do capital, a realização da mais valia e o aumento das taxas de lucro.
Ou seja, o encerramento da economia global e o confinamento vão servir os grandes interesses do capitalismo global.
Todavia, “os autores deste apagamento global da economia e do confinamento tentam convencer os seus cidadãos de que tudo isto foi por uma boa causa, estamos a encerrar a economia para salvar vidas devido ao Covid-19. Trata-se de uma declaração muito forte e, ao mesmo tempo, as estatísticas diárias sobre o Covid-19 são a fonte da manipulação” e do encobrimento da mentira.
Michel Chossudovsky cita Anthony Fauci, que compara o coronavirus à gripe sazonal. Ele tem escrito isso nos seus artigos revistos por pares (peer-reviewed).
Não se trata de desvalorizar esta pandemia, nem de tudo fazer para salvar o máximo de vidas, mas é preciso reconhecer que, na actualidade, o encerramento da economia global não resolve o problema da pandemia e causará uma infinidade de vítimas a jusante.
Na verdade, alguém está a mentir em toda esta história e as mentiras, de tanto repetidas, tornam-se verdades consensuais, extremamente perigosas.
Todos os dados apontam para a existência de uma guerra contra a humanidade, implementada através de instrumentos económicos complexos e de interesses financeiros poderosos.
Os povos, as esquerdas em todo o mundo, não podem nem devem dar tréguas a estes interesses, que servem os Estados mais fortes e mais bem preparados para enfrentar esta crise, assim como servem os interesses das elites financeiras e económicas mais poderosas.
O caminho passa pela unidade e organização dos trabalhadores e dos povos em cada país e a nível mundial para enfrentar o desemprego, os cortes sociais previsíveis, o abaixamento de salários, o aumento da carga fiscal e o ataque ao Estado Social.
A hora é para acreditar nos povos (unidos e organizados) e não em instituições internacionais (UE, Banco Mundial, ONU, FMI), cuja missão é sustentar a contrarrevolução conservadora e neoliberal iniciada no final dos anos 70 do século XX.
Nota: Michel Chossudpovsky, Michel, in (https://www.globalresearch.ca/video-the-2020-economic-crisis-global-poverty-unemployment-and-despair/5717157)
O autor deste artigo não é formado em Jornalismo.
O Economista citado neste artigo é internacionalmente conhecido para divulgar “teorias da conspiração”, que não têm sentido e apenas servem para enganar pessoas ingénuas que não entendem nada sobre como a Economia funciona.
Chamo a atenção de apenas um ponto muito interessante:
“A perda de receita vai, por sua vez, obrigar os Estados a reduzir muitos compromissos com o Estado Social.”
Ora, o que estamos a ver em muitos locais é justamente o inverso: o crescimento do Estado Social baseado em maior endividamento ou ajustes de orçamento para dar resposta às carências do setor de saúde. Esta crise é ótima para pessoas que defendem o Estado Social porque nos mostra a real dimensão da necessidade deste Estado Social.
Publicar este tipo de coisas é uma enorme irresponsabilidade e apenas enfraquece visões políticas “de esquerda”.
Informação da Wikipedia:
“Michel Chossudovsky (born 1946) is a Canadian economist, author and conspiracy theorist.[1][2] He is professor emeritus of economics at the University of Ottawa[3][4] and the president and director of the Centre for Research on Globalization (CRG), which runs the website globalresearch.ca and publishes conspiracy theories.[5][6][7][8] Chossudovsky has promoted 9/11 conspiracy theories.[9][10][13][14]
In 2017, the Centre for Research on Globalization was accused by information warfare specialists at NATO’s Strategic Communications Centre of Excellence (STRATCOM) of playing a key role in the spread of pro-Russian propaganda.[6] The CRG was also accused of spreading Chinese propaganda.[15][16]”
https://en.wikipedia.org/wiki/Michel_Chossudovsky
À pala da pandemia há quem queira, em nome de algo pretensamente superior (a segurança, a economia, os mercados) consolidar restrições às liberdades, aos direitos cívicos, aos direitos laborais. Tudo em nome do livre funcionamento do deus mercado e dos seus desígnios.
Porém, uma cosa é este aproveitamento, outra bem diferente é considerar que as medidas de confinamento não servem para coisa nenhuma e que resultam de um plano estudado minuciosamente e friamente executado. É certo que milhares e milhares e trabalhadores, os mais desfavorecidos são os mais atingidos quer pandemia quer pelas medidas para a combater. Mas cuidado, caso contrário ainda se acaba por considerar que Trump ou Bolsonaro têm razão.
Alcídio, você desta vez chutou completamente ao lado!
A dada altura pensei: “pronto! agora vai garantir que o vírus foi criado num laboratório ultra secreto patrocinado (obviamente) pelo clube Bilderberg”.