O Via Esquerda assume que a construção de um programa alternativo ao capitalismo exige ampla participação e contributos alargados. Assume os legados marxista e emancipatórios, o combate aos interesses do capital e das atuais formas de exploração, dominação e manipulação da globalização neoliberal.
O Bloco de Esquerda é essencial nesta construção e o seu fortalecimento uma necessidade. O papel dos movimentos sociais contemporâneos é imprescindível, desde logo o dos trabalhadores. Todos os que sejam capazes de afirmar as múltiplas agendas e lutas pelas transformações sociais, ambiente, feminismo, antirracismo e tantos outros que combatem todas as discriminações e lutam por causas de progresso e justiça social.
A ampla mobilização social e política que se impõe neste tempo só é viável em torno de um projeto político plural e consistente. Tal projeto só pode ser gerado por um permanente debate com todos e todas que, tendo ou não filiação partidária, assumem que é possível construir um outro mundo, através de uma prática participativa e transformadora.
Para o Via Esquerda este é um trabalho exigente e complexo, incompatível com o simplismo das verdades absolutas e das linhas “oficiais”, ditadas pelo arbítrio de núcleos de poder. O Via Esquerda não se fecha em si mesmo. Pelo contrário, abre, ouve, critica e aceita a crítica, e espalha a mensagem, de forma transparente e aberta.
A globalização neoliberal marca a nossa época histórica. Dia a dia confrontamo-nos com a irracionalidade do sistema capitalista que, mesmo em versão social-liberal, concentra riqueza, reproduz e amplia situações de pobreza, desigualdade e discriminação, conservadorismo, repressão e guerra. As alterações climáticas e os seus efeitos são das expressões mais graves do desastre a que o sistema capitalista está a conduzir a humanidade.
Os partidos sociais-democratas ou ditos socialistas, nomeadamente na Europa, abandonaram a defesa do Estado social e renderam-se ao neoliberalismo. Em Portugal, o Bloco de Esquerda constituiu-se como esperança para construir um poder alternativo, em aliança com os movimentos sociais, com as diversas classes assalariadas e com todos os que são explorados e espoliados pelo capital.
Concebemos o socialismo como alternativa de respeito por quem trabalha, de justiça e de progresso, de defesa do ambiente e dos ecossistemas do planeta em que vivemos. A ideia de ecossocialismo resgata a relação entre a economia e a natureza, assenta na construção da alternativa à exploração capitalista e assume a crítica às velhas experiências socialistas.
Este espaço visa congregar quem, de mente aberta, se proponha enriquecer esta proposta ambiciosa. Aqui, no Via Esquerda encontra o espaço de partilha e de articulação para as suas experiências e ideias.