Apresentadas linhas da Moção à XII Convenção Nacional “Enfrentar o Empobrecimento – Polarizar à Esquerda”

Em conferência de imprensa virtual , Ana Sofia Ligeiro apresentou os traços principais da Moção designada “Enfrentar o Empobrecimento – Polarizar à Esquerda”  entregue, esta segunda-feira, na Comissão Organizadora da Convenção.

Já subscrita por perto de 600 aderentes bloquistas de todo o país e portadora de um horizonte estratégico Ecossocialista, a Moção considera que o Mundo do Século XXI traz novas oportunidades proporcionadas pelo progresso técnico e científico, mas a civilização do capitalismo globalizado não assegura os mais elementares Direitos Humanos. Com a crise pandémica, ficaram a nu as desigualdades, as injustiças, os desequilíbrios e o empobrecimento que se manifestam nos campos social, ambiental e económico. A crise das vacinas, com Estados dependentes de interesses das multinacionais, é paradigmática. Construir alternativas exige respostas radicalmente intransigentes com o atual estado de coisas. Na primeira linha encontra-se o combate ao aumento das desigualdades e do empobrecimento. A esquerda está obrigada a afirmar na sociedade esse polo e a partir dele fazer todas as batalhas pela democracia e pela transformação social e ecológica.

Na sequência da conferência de imprensa, o take da Lusa refere que “As linhas gerais da moção – promovida pelo movimento Convergência, mas que conta com outros subscritores – foram enunciadas por Ana Sofia Ligeiro, dirigente do BE na Concelhia de Torres Novas e na Coordenadora Distrital de Santarém, explicando que aquilo que move estes bloquistas até à Convenção “é uma militância crítica, uma militância ativa”.

A bloquista começou por deixar claro que não será aceite por estes militantes a redução do número de delegados eleitos à Convenção, esperando que esta “se realize dentro do prazo previsto” e “dentro da normalidade”.

Ana Sofia Ligeiro: “Não aceitamos a redução do número de delegados à Convenção”

Para estes subscritores, o objetivo traçado pela atual liderança do BE, “ser força de Governo com uma nova relação de forças” não foi alcançado, considerando que o BE teve uma “perda eleitoral” e enfraqueceu a sua capacidade reivindicativa.

“O Bloco esperou pelo OE2021 para se opor às políticas do Governo, mas com o acordo esgotado na anterior legislatura, há muito que se impunha um conjunto de propostas, exigências ao governo socialista. Mas até este voto contra o orçamento, o Bloco vinha-se mantendo numa quase oposição, abdicando do confronto”, criticou.

Nas palavras de Ana Sofia Ligeiro, o BE “tem de ser uma oposição construtiva” e é imperativo que “reforce o seu papel de oposição até que seja alterada a legislação laboral”.

“O Bloco não pode remeter-se ao silêncio enquanto se assiste ao regresso da austeridade, quando se instalam as crises sociais, económicas, ambientais, quando se desenvolvem as condições para o crescimento da extrema-direita”, defendeu.

As críticas a quem lidera o partido são também na “desvalorização do trabalho local e autárquico”, considerando que “este é um fator de desmobilização das bases, a par do centralismo, da verticalização e de um excessivo parlamentarismo”.

Para estes bloquistas, “a lógica de exclusão e a escassez e pobreza do debate interno” tem consequências negativas na capacidade de intervenção do partido.

O facto da atual direção “reservar para si a discussão política e as decisões sobre o rumo do Bloco” resulta numa “desvalorização do trabalho de base”, criticam ainda.

Em relação às eleições deste ano, as autárquicas, Ana Sofia Ligeiro defendeu que o BE deve apresentar listas próprias, “com programas e propostas alternativas à austeridade que reforcem a democracia, a defesa da regionalização, o combate à corrupção e à especulação imobiliária”.

“Deve ser feito este esforço para apresentar listas próprias do Bloco, assentes na capacidade de decisão das concelhias, tanto quanto ao programa como quanto aos candidatos, mas assumimos também que as conjunturas e as especificidades locais podem possibilitar o apoio a listas de independentes devidamente engajadas com programas de esquerda devidamente definidos”, afirmou.

Assegurando que esta moção foi amplamente participada e discutida ao nível local, regional e nacional, estes bloquistas deixam um apelo: “cabe à esquerda que não desistiu, afirmar e mobilizar para uma perspetiva política ecossocialista de combate à exploração capitalista”, conclui a notícia da Lusa.

A Moção ainda pode ser subscrita através do preenchimento deste pequeno formulário (clicar em cima para abrir)

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