Volkswagen ataca trabalhadores da Autoeuropa

A Autoeuropa anunciou o despedimento de 900 trabalhadores, através de um  programa de rescisões ditas “por mútuo acordo”. Trata-se de eliminar completamente um turno de laboração. Com a negociação de aumentos salariais ainda por concretizar, concretiza-se o que já corria “à boca pequena” entre os trabalhadores. É o fim da cogestão enquanto modelo de gestão e um fortíssimo ataque aos trabalhadores.

Há muito vinham a ser dados “sinais” pela gestão VW. Em novembro último, na cerimónia comemorativa dos 30 anos da fábrica de automóveis de Palmela, a gestão ainda anunciou que a Volkswagen iria “investir mais 500 milhões de euros na Autoeuropa nos próximos cinco anos”.

“Nos próximos cinco anos pretendemos investir mais de 500 milhões de euros em produto, equipamento e infraestruturas”, sublinhou o administrador Alexander Seitz na ocasião, depois de destacar a importância da fábrica da Autoeuropa para a Volkswagen e para Portugal. “Claro que o governo português e o PR nos 30 anos da empresa em Portugal, asseguraram as necessárias contrapartidas.” Claro…

Agora, ao anunciar os investimentos para o fabrico dos novos carros elétricos, a gestão na Alemanha da VW não colocou a Autoeuropa no mapa.

As consequências estão anunciadas e vão-se estender a outras empresas e marcas, a montante e a jusante, onde o ataque ao emprego e aos direitos coletivos já começou há muito.

Em novembro último, de visita à empresa, Costa e Marcelo, de braço dado, teceram os maiores elogios à gestão. Marcelo afirmou, inclusivamente que “os trabalhadores da Autoeuropa foram, são e serão excecionais”. Foi mais longe, vincando que os trabalhadores são “a chave secreta da empresa”.

Agora que a empresa quer atirar borda fora 900 trabalhadores, há que defender os postos de trabalho e exigir-lhes responsabilidades.

Como sempre, “trabalhadores atacados não podem ficar isolados”!

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