Trump é o responsável

A fotografia de uma menina salvadorenha com menos de dois anos abraçada ao pescoço do pai, afogados no Rio Grande que faz fronteira entre o México e os Estados Unidos, está a chocar o mundo e a chamar à atenção para a duríssima realidade da crise migratória na fronteira com os EUA.

De acordo com Julia Le Duc, repórter do jornal mexicano La Jornada, Óscar Ramírez, de 26 anos, chegou a Matamoros, no domingo, com a esperança de pedir asilo às autoridades americanas com a mulher, Vanessa Ávalos, e a filha Valeria. Quando percebeu que poderia levar semanas até que pudesse começar o processo de asilo, Ramirez tentou atravessar o rio a nado, disse Le Duc, que testemunhou o depoimento de Vanessa Ávalos à polícia.

“Ele atravessou primeiro com a menina e deixou-a do lado norte-americano. Então, regressou para transportar a esposa só que a menina entrou na água atrás dele. Quando foi salvá-la, a corrente levou os dois”, disse Le Duc ao Guardian.

A responsabilidade da política migratória de Trump no sofrimento a que os migrantes estão sujeitos surge com evidência. Os perigos que os migrantes da América Central enfrentam nas suas tentativas de escapar da violência, corrupção e pobreza nos seus países para conseguir desesperadamente chegar aos Estados Unidos são imensos e desumanos.

A administração Trump alterou as regras de entrada nos Estados Unidos e os requerentes de asilo são forçados a esperar no México em condições deploráveis por uma resposta que por vezes leva anos a chegar, geralmente negativa. A taxa de rejeição chega aos 80%.

Na campanha presidencial nos EUA, vários candidatos acusam Trump e estão a responsabilizá-lo pela situação dramática que os migrantes vivem na fronteira. A tomada de consciência de setores mais amplos da população para a atitude racista e desumana da administração dos EUA é essencial para o crescimento da repulsa pelo sofrimento que está a ser imposto e para a rejeição desta política.

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