Trabalhadores do grupo CTT lutam pelos seus direitos

Os trabalhadores dos CTT iniciaram uma greve que exige a manutenção do direito ao subsídio de refeição nos moldes em que tem sido pago, junto aos salários e por transferência bancária. A Administração dos CTT quer impor a substituição do pagamento do subsídio de refeição pela atribuição de um “cartão refeição”.  Na prática, trata-se de uma medida que reduz o rendimento mensal dos trabalhadores.

Os vários Sindicatos representativos dos trabalhadores do grupo CTT e a Comissão de Trabalhadores fizeram sair um comunicado que explica as razões e o descontentamento que leva à convocação de uma greve geral do grupo que decorre hoje, dia 29. “A Empresa queria o “cartão de refeição” para sempre, congelar promoções e diuturnidades, impor a marcação dos períodos de férias aos trabalhadores, pagar o subsídio de férias quando entendesse, tudo isto em nome de um pretenso terramoto e ameaçando com menos remunerações e diminuição dos postos de trabalho”, refere o comunicado conjunto das organizações laborais dos CTT.

A administração dos CTT quer utilizar a chantagem da crise para reduzir direitos e salários, quando afinal a empresa se manteve a trabalhar nos seus diversos setores, não houve lay off, a generalidade dos trabalhadores permaneceu em atividade e assegurou o serviço, mesmo em condições difíceis de exposição ao contágio. O que aconteceu foi que a administração em plena pandemia despediu muitos dos trabalhadores contratados a prazo dos CTT e também dos subcontratados. Se a falta de pessoal já era evidente, agora agravou-se. Entretanto os lucros dos CT continuam a crescer e a financiarem o banco CTT.

A greve dos CTT coloca de novo a necessidade de assegurar um serviço público postal de qualidade que a privatização colocou em causa, ao mesmo tempo que os trabalhadores exigem salvaguarda dos seus direitos, a admissão de mais trabalhadores e a negociação de salários dignos. O comunicado conjunto refere que foi entregue em Março uma proposta de negociação de aumentos salariais para 2020 a que a Administração nem respondeu “violando as normas da contratação”.

A greve arrancou ontem, às 21 horas, nas centrais de correios. Ao meio dia desta sexta-feira, o secretário-geral do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT) informou a agência Lusa que adesão à greve nos CTT era de 74%, em todo o país.

Notícia atualizada às 17h de 29 de maio

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