Solidariedade com os 130 trabalhadores dos bares da CP

A luta dos trabalhadores do serviço de bar dos comboios de longo curso da CP representa a luta contra tudo o que está mal no país há anos e anos.

Cerca de 130 trabalhadores e famílias veem-se numa situação preocupante, sem receber salário desde fevereiro e com os postos de trabalho em causa – por responsabilidade direta da administração da CP e do governo que a tutela.

Temos assistido ao desmantelamento sistemático de serviços públicos fundamentais para a população trabalhadora: na CP, mas não só.

“Externaliza-se” e privatiza-se a empresas “prestadoras” de vão de escada que, para ganharem os “concursos”, pagam salários de miséria e, quando lhes dá na gana ou os bolsos dos sócios ou acionistas já estão bem cheios, abrem falência e se desfazem dos trabalhadores.

Para cumprir as ordens da União Europeia sobre défice e dívida, este governo, como os anteriores, encontra sempre a mesma “solução”: retirar direitos aos trabalhadores, cortar-lhes salários e vínculos, desinvestir nos serviços públicos (SNS, ensino, habitação e transportes públicos), enquanto se gastam dezenas de milhares de milhões a “salvar” a banca privada, indemnizar acionistas privados e enviar tanques e soldados para a guerra da NATO.

Em 2022, a inflação tirou a quem trabalha 10% do salário – e assim continua. Os lucros patronais subiram, entretanto, mais de 50%. Mantêm-se quase intactas as leis laborais da “troika”, a caducidade dos contratos colectivos, o roubo do tempo de serviço dos professores, as leis da habitação que expulsam os trabalhadores e os jovens das cidades, im-pedidos de habitar perto de onde trabalham ou estudam.

Não aceitamos um futuro de uberização, precariedade, desemprego, empobrecimento para a grande maioria e enriquecimento para uma minoria ínfima!

A luta dos professores e funcionários, dos enfermeiros, dos trabalhadores de todas as profissões da CP, dos trabalhadores do sector privado mostram o único caminho que nos resta: organizarmo-nos e organizarmos a nossa luta, usar a força imensa da unidade de todos os explorados para impor as nossas reivindicações e conseguir que o governo do país rompa com os interesses e as instituições do capital, no país e no estrangeiro, e responda unicamente perante os trabalhadores e os seus interesses.

[Texto do Movimento “Solidários”]

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