Os teóricos da Economia Política há muito que discutem se é ou não possível o desenvolvimento ilimitado do capitalismo, se haverá ou não uma expansão adequada da procura para responder ao volume crescente das mercadorias produzidas.
No livro “A Acumulação do Capital”, Rosa Luxemburgo discute esta questão e defende a tese de que a necessidade de expansão permanente do capitalismo leva à submissão económica dos países de economia mais atrasada aos altamente industrializados – a causa básica do imperialismo, mas também a causa determinante do seu colapso final, incapaz de resistir ao peso das contradições do processo de produção capitalista.
Hoje, os graves problemas ambientais e a aceleração das alterações climáticas por efeito da ação humana, constituem parte cada vez mais importante dos efeitos da predação capitalista e e das contradições geradoras de crescentes riscos para a natureza e para a sociedade.
Rosa Luxemburgo é uma das personalidades mais controversas e importantes do desenvolvimento da teoria marxista. Nascida na Polónia, em 1870, adquiriu pelo casamento com Karl Liebknecht a cidadania alemã.
Fundou na Alemanha, durante a Primeira guerra Mundial, o movimento Spartacus que mais tarde se transformou no Partido Comunista Alemão. Detida durante a insurreição spartaquista de Berlim, em Janeiro de 1919, foi sumariamente fuzilada.
Dia 15 de janeiro estão volvidos cem anos sobre o seu assassinato. Ficaram célebres as suas palavras de insubmissão e liberdade: “Liberdade é sempre e exclusivamente a liberdade de quem diverge do nosso modo de pensar”. Rosa Luxemburgo foi uma das fundadoras do Socialismo moderno.
(Texto adaptado da introdução à obra de Rosa Luxemburgo “A Acumulação do Capital”, da Zahar Editores, Rio de Janeiro)