Ricos cada vez mais ricos

No ano passado, no nosso país, os líderes dos grandes grupos empresariais (CEO’s) ganharam em média 51,3 vezes o salário médio dos trabalhadores das respetivas empresas. O conjunto dos 12 gestores melhor remunerados recebeu quase 20 milhões de euros. Apesar dos rendimentos milionários, embolsaram mais 11% do que no ano anterior, um aumento mesmo muito superior à inflação.

O CEO que mais recebeu foi o do Grupo Jerónimo Martins, dono dos supermercados Pingo Doce. Fartou-se de trabalhar Pedro Soares dos Santos: levou para casa 5,25 milhões de euros e ganhou 249 vezes mais do que a média dos trabalhadores dos supermercados.

Mas, em percentagem dos lucros gerados pela empresa, quem mais saca é o CEO dos CTT, que engordou a sua própria conta bancária com 2,2% dos lucros da empresa postal, um “modesto” milhão de euros.

Questionado pelo semanário Expresso sobre tamanhas disparidades salariais, a Jerónimo Martins diz que este apuramento é “propenso a uma considerável demagogia”, pois os rendimentos dos nababos têm em conta “a criação de valor”, ”a comparação com as congéneres” no mercado internacional” e a “dimensão e a complexidade do grupo”.

Enquanto os euros lhes correm em abundância, justiça social e (porque não?) pudor são ideias que nem passam por aquelas cabeças.

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