Portugal com excessiva pegada ecológica

A organização ambientalista WWF coloca Portugal no 66.º lugar mundial em termos de pegada ecológica ‘per capita’, sete posições acima de 2016, mas aponta que o país ainda precisa de 2,19 planetas para “manter o atual estilo de vida”.

Os dados apresentados na edição deste ano do relatório Planeta Vivo referem-se a 2014, quando a pegada ecológica dos portugueses diminuiu, “uma possível consequência da crise económica que atingiu Portugal nesses anos”.

O relatório demonstra que a pegada ecológica dos portugueses foi sempre muito elevada comparativamente com a biocapacidade do país, que se tem mantido mais ou menos constante desde 1961.

A nível internacional, o relatório mostra um “quadro perturbador: a atividade humana está a empurrar os ecossistemas que sustentam a vida na Terra para um limite”.

“O relatório está a mostrar-nos a dura realidade, que as nossas florestas, oceanos e rios estão em risco. Isto é um indicador do tremendo impacto e pressão que estamos a exercer sobre o planeta, minando o tecido vivo que nos sustenta a todos: natureza e biodiversidade”, disse Marco Lambertini, diretor-geral da WWF Internacional.

O Índice Planeta Vivo (IPL), que acompanha as tendências de abundância global de vida selvagem, indica que as populações globais de peixes, aves, mamíferos, anfíbios e répteis diminuíram em média 60% entre 1970 e 2014.

O relatório destaca que “as principais ameaças às espécies estão diretamente ligadas às atividades humanas, incluindo perda e degradação de habitats e sobre exploração da vida selvagem”.

Ao destacar a extensão do impacto da atividade humana na natureza, o documento apresenta ainda a importância e valor da natureza para a saúde e o bem-estar das pessoas, sociedades e economias.

“A natureza tem sustentado e alimentado silenciosamente as nossas sociedades e economias há séculos, e continua a fazê-lo hoje. Em troca, o mundo continuou a considerar a natureza e os seus serviços como algo natural, deixando de agir contra a perda acelerada da natureza. É hora de percebermos que um futuro saudável e sustentável para todos só é possível num planeta onde a natureza prospera e florestas, oceanos e rios estão cheios de biodiversidade e vida”, acrescentou Lambertini.

“Precisamos repensar com urgência como usamos e valorizamos a natureza – culturalmente, economicamente e nas nossas agendas políticas. Precisamos de pensar na natureza como bela e inspiradora, mas também como indispensável. Nós – e o planeta – precisamos de um novo acordo global agora”, apelou.

Foto: Bart and Cª. on Visualhunt

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