Polícia Federal brasileira desencadeia ação para prender suposto “hacker” do telemóvel de Sérgio Moro e descredibilizar VazaJato

A crise política desencadeadas pela revelação das conversas entre Moro e Dallagnol para incriminarem o ex-presidente Lula, a Vaza Jato, conta agora com a intervenção direta da Polícia Federal (PF) tutelada pelo próprio Sergio Moro. A imprensa brasileira, nomeadamente os jornais on line Carta Maior e Revista Fórum, noticiaram que  a PF brasileira desencadeou ontem, terça-feira (23), uma mega operação em cidades do interior do Estado de S. Paulo e na capital, que teria como objetivo conseguir provas e deter suspeitos de, supostamente, terem violado os telemóveis de autoridades, como o do ministro da Justiça, Sérgio Moro.

Durante a operação foram detidos quatro alegados hackers, na sequência dos onze mandatos emitidos pelo juiz da 10ª Vara Federal de Brasília, Vallisney de Souza Oliveira, o mesmo juiz que aceitou a acusação contra Lula na Zelotes e no caso da Odebrecht em Angola e que teria sido citado numa audição a Temer.

Setores da imprensa desconfiam que a ação tenha sido preparada para descredibilizar as conversas entre Moro e procuradores que têm vindo a ser divulgadas pelo The Intercept Brasil. Esta ação da PF já tinha sido prevista pelo editor do Intercept.

Há pouco mais de uma semana, no dia 15 de julho, o editor do site The Intercept Brasil, Glenn Greenwald, afirmou que fontes próximas informaram que a PF planeava “forjar” a prisão de um hacker que confessaria que adulterou conversas, com o objetivo de criminalizar a série de reportagens Vaza Jato.

“Apesar da abundância de provas da autenticidade do material, publicadas pelos diferentes veículos, diversas fontes disseram ao Intercept ao longo dos últimos dias que a PF, durante o afastamento do ministro Sergio Moro, está considerando realizar essa semana uma operação que teria como alvo um suposto ‘hacker’, que supostamente seria a fonte do arquivo. Esse suposto hacker seria estimulado a “confessar” ter enviado o material ao Intercept e que esse material teria sido adulterado”, explicou o site em editoral.

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