A AVADOURIENSE – Associação dos Viticultores e da Agricultura Familiar Douriense, filiada na CNA, “denuncia a situação de estrangulamento dos pequenos e médios viticultores durienses, que se agrava a cada dia que passa, perante problemas crescentes e perante a inoperância do Ministério da Agricultura e do Governo.”
A resolução de muitos destes problemas passa pela realização de eleições urgentes para a Casa do Douro. Por isso, a AVADOURIENSE e a CNA “exigem o pleno cumprimento da Lei n.º 73/2019 e a concretização do processo eleitoral para a Casa do Douro, sem mais desculpas sem fundamento ou outros expedientes atrás dos quais o Governo esconde as suas intenções.”
Durante largas décadas, a Casa do Douro regulou o mercado, deu voz aos pequenos produtores, defendeu-os da gula das grandes casas do comércio do vinho do Douro. Depois, a Casa do Douro foi privatizada e entregue a uma associação da CAP pelo governo PSD e CDS. Na anterior legislatura, foi refundada por iniciativa do Blocode Esquerda.
Simplesmente, o Governo PS nunca convocou eleições para os novos corpos gerentes. Neste boicote à refundação da Casa do Douro, o governo PS tem a cumplicidade se não mesmo o estímulo de Marcelo Rebelo de Sousa, um presidente que ainda há pouco chamou para sua assessoria na agricultura uma ex-funcionária da CAP e ex-deputada do CDS.
O complot está montado: governo PS e o Presidente da República defendem os interesses do grande comércio do vinho do Porto e do Douro contra os interesses dos pequenos produtores durienses.
A Casa do Douro como Instituição Pública de inscrição obrigatória, com a devolução dos seus poderes públicos, nomeadamente a regularização de preços no mercado e a comercialização de excedentes é fundamental para o equilíbrio da Região e para a salvaguarda dos direitos dos pequenos e médios viticultores.
Vida dura a de quem trabalha os socalcos do Douro
Cada vez é mais difícil para os viticultores obterem rendimentos dignos que lhes permitam assegurar a continuidade das suas explorações. As condições meteorológicas registadas nos últimos anos têm obrigado a maiores tratamentos nas vinhas, agravando exponencialmente os custos de produção que, depois, não são compensados com preços justos à produção.
O aumento dos preços do Vinho Generoso e Vinho de Qualidade Produzido em Região Determinada (VQPRD) é determinante para que os viticultores e as suas famílias possam ter uma vida digna e viverem do seu trabalho