Parlamento quer maior diversificação florestal

A Assembleia da República aprovou um Projeto de Resolução apresentado pelo Bloco de Esquerda, que recomenda ao governo “a criação de contratos-programa para a diversificação florestal, com correspondente financiamento público, através dos quais as organizações de produtores florestais, nomeadamente as associações, as cooperativas e os Baldios incrementem a presença de espécies autóctones e assegurem a gestão em comum de espaços florestais, especialmente de minifúndio e de elevado risco de incêndio, com prioridade para as áreas que integrem ZIF – Zonas de Intervenção Florestal ou UGF – Unidades de Gestão Florestal”

O diploma foi votado favoravelmente por todos os partidos, à exceção do PAN — que se absteve. Durante o debate, PSD e CDS criticaram duramente a iniciativa do BE, invocando sobretudo razões processuais e lembrando a valia económica do eucalipto. Acabariam, no entanto, por vota-lo favoravelmente.

Na Resolução, a Assembleia da República também defende que no próximo PDR pós 2020 sejam adotadas “medidas para promover ações de defesa da floresta contra incêndios e de adaptação às alterações climáticas, através de incentivos às atividades que permitam diversificar as origens do rendimento da floresta ao mesmo tempo que combatem o abandono e promovem uma maior presença e relação humana com a floresta, nomeadamente a silvo pastorícia, os produtos silvestres (cogumelos, frutos vermelhos e frutos secos, plantas aromáticas e medicinais) e outras atividades compatíveis com elevados critérios ambientais.

Por fim, o Parlamento recomenda a inclusão no próximo PDR de “medidas de incentivo à florestação ou reflorestação com folhosas, nomeadamente com quercíneas, com base em critérios adaptados a cada região, que incluam, além do financiamento em montantes adequados das ações de florestação e reflorestação, apoios à sua manutenção num período inicial de 10 anos.”

Foto: nmorao on Visual Hunt

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