Milhares de pessoas saíram à rua em vários locais do país pelo fim da violência de género e para assinalar o Dia Internacional para a eliminação da violência contra as mulheres.

Também em Madrid, Barcelona, Paris, Roma e outras cidades dezenas de milhares de pessoas marcharam contra o femicídio, lembraram os nomes de vítimas e exigiram medidas mais efetivas de proteção às mulheres por parte das autoridades.
Segundo diversos grupos franceses de defesa dos direitos das mulheres, já se registaram pelo menos 137 vítimas mortais em contexto conjugal em 2019.
Em Roma milhares marcharam para reivindicar mais ação do Estado italiano, mas também em solidariedade com as mulheres chilenas abusadas pelas próprias autoridades durante as revoltas populares que abalam o país.

Em Lisboa, a manifestação teve início no Largo do Intendente e desfilou até ao Rossio, onde foi lido um manifesto contra a violência machista. Realizaram-se também manifestações em Aveiro, Braga, Coimbra, Porto, Viana do Castelo , Viseu e Funchal.
Nos últimos 15 anos foram assassinadas 531 mulheres e existiram 618 tentativas de femicídio. A gravidade da situação demonstra que as políticas públicas de combate à violência contra as mulheres e de violência doméstica se encontram muito aquém do necessário para enfrentar este drama social que tem profundas raízes históricas e que exige um combate determinado na sociedade.
A opressão das mulheres não tem nada de “natural”. Surge do mesmo processo que institui a propriedade privada e a divisão da organização social em classes e que determinam as formas da família burguesa e garantem as formas de exploração. Às mulheres foi-lhe imposto o papel subalterno de assegurar as condições de reprodução da força de trabalho, ao mesmo tempo que engrossa o exército de trabalho sobre explorado. O combate contra a violência sobre a mulheres tem de ser profundo, é também um combate de classe e pela superação do capitalismo. Para alcançar uma sociedade livre de exploração, as mulheres têm de ser livres. É preciso agir!