Padre Max e Maria de Lurdes assassinados há 43 anos

No dia 2 de abril de 1976, o Padre Maximino Barbosa de Sousa e a sua aluna Maria de Lurdes, de 19 anos, foram assassinados pela explosão de uma bomba colocada pelo movimento fascista MDLP, no carro em que seguiam. Os assassinos nunca foram condenados.

Na altura, o Padre Max era candidato independente a deputado na lista da UDP (União Democrática Popular). Tinha 33 anos, era professor de liceu e uma figura muito acarinhada em Trás-os-Montes. Ele próprio e a jovem Maria de Lurdes, filha de emigrantes, davam aulas de Português e Francês a adultos na Casa da Cultura da Cumieira, uma freguesia próxima de Vila Real. Foi precisamente quando se deslocavam de carro entre a Cumieira e Vila Real que explodiu uma bomba previamente instalada no carro.

Três homens chegaram a ser acusados da autoria moral e outros quatro de terem sido os operacionais. Mas os tribunais foram incapazes de uma condenação destes agentes do MDLP, de extrema-direita. O movimento dedicava-se a perseguir militantes de esquerda, chegando aos assassinatos.

Mário Brochado Coelho, o advogado Mário Brochado Coelho, que tudo fez para que o caso fosse a tribunal e os responsáveis fossem condenados, acusou: “Mataram premeditadamente o padre Max, mesmo sabendo que ele levava no carro uma jovem – o que é típico da extrema-direita portuguesa, do absolutismo até hoje”.

A extrema-direita volta hoje a explorar medos, inseguranças e ódios. Honrar a memória do Padre Max e de Maria de Lurdes é prosseguir a luta por que deram o rosto e a vida: contra o caciquismo reacionário, a pobreza e as injustiças.

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