O Movimento Preservar a Serra de Carnaxide apela à subscrição da petição que pretende levar à Assembleia da República com a exigência da defesa da Serra de Carnaxide, uma zona verde ímpar na área metropolitana de Lisboa, sujeita a uma pressão urbanística que ameaça vir a destrui-la.
A Serra de Carnaxide, com 600 hectares, surge no espaço fronteiriço entre os municípios de Oeiras, Amadora e Sintra. É uma das escassas manchas verdes da área metropolitana de Lisboa que pode contribuir para a melhoria da qualidade do ar e da saúde pública, para a sustentabilidade do meio hídrico (rios e águas subterrâneas) e dos ecossistemas que lhes estão associados, promovendo a adaptação às alterações climáticas.
A Serra de Carnaxide, alvo na última década de crescente tensão urbanística, não se encontra abrangida por qualquer regime que consiga preservar com eficácia o respetivo património natural e cultural. Neste momento já existem projetos de urbanização que ameaçam a Serra de Carnaxide, estando alguns em curso e outros em fase de plano ou projeto.
Do lado da Amadora já estão a nascer duas novas urbanizações, os empreendimentos “SkyCity” e “Marconi Parque”, e, do lado de Oeiras, a ocupação urbanística tem a forma de um complexo para cultura, desporto, lazer e turismo e de uma anunciada cidade desportiva.
Em Março do ano passado, o Bloco de Esquerda apresentou no Parlamento um projeto de resolução que propunha o início urgente dos estudos necessários à classificação da Serra de Carnaxide como “Paisagem Protegida”, integrada na rede nacional de áreas protegidas. Os votos conjugados de PS, PSD e CDS-PP chumbaram o projeto que visava a criação de um instrumento que garantisse a preservação do património natural e cultural da Serra de Carnaxide.
O argumento então utilizado por aqueles grupos parlamentares para reprovarem a iniciativa do BE, foi o de que o Parlamento não devia interferir na capacidade de decisão dos municípios sobre aquela matéria. Porém, os instrumentos de planeamento e ordenamento do território em vigor (PROT, PDM’s, REN, e RAN) não estão a conter o avanço do imobiliário sobre a Serra de Carnaxide e tudo indica que os municípios estão a favorecer a tomada da Serra pelas urbanizações.
A situação é grave e os habituais e poderosos interesses imobiliários estão a conseguir determinar em seu favor as decisões políticas. O aumento da pressão sobre a Serra de Carnaxide coloca em causa a Estrutura Ecológica Regional (perde-se a conexão metropolitana do corredor verde Monsanto – Serra de Sintra), conduzirá à perda irreversível de uma importante área verde primária e, com a crescente impermeabilização dos solos, coloca em causa a proteção das populações pelo aumento do caudal de cheia a jusante e o risco de enxurradas e inundações devastadoras em concentrações urbanas dos concelhos da Amadora e Oeiras.
Para subscrever a Petição lançada pelo Movimento Preservar a Serra de Carnaxide não tem de residir nessa região. Basta aceder ao portal das petições da Assembleia da República (clicar aqui), registar-se e aceitar subscrever. É por uma boa causa.