Médicos “indignados” com política de saúde

A Assembleia de Representantes da Ordem dos Médicos aprovou um duro comunicado de crítica à atual política de saúde.

Aí, os médicos dizem-se “ frustrados e revoltados por nem sempre conseguirem dar a resposta adequada e desejada às necessidades das pessoas, preservando a dignidade do ato médico e a segurança clínica, dado existirem falhas graves nas condições de trabalho, a vários níveis, que afectam o exercício da medicina: falta de capital humano, ausência de estruturas físicas minimamente adequadas ao exercício da profissão, existência de equipamentos “fora de prazo” e sem a devida manutenção, falta de dispositivos médicos e materiais clínicos adequados”

Os representantes dos médicos acusam a tutela de “pressão excessiva e a interferência, por parte da tutela, nas boas práticas médicas” e afirmam que “a falta de acesso aos cuidados de saúde continua a agravar-se, existindo uma gritante injustiça e desigualdade entre os grandes centros urbanos e as regiões mais periféricas e mais carenciadas”.

Mais adiante afirmam que “a capacidade formativa está amputada devido à escassez de capital humano e requisitos no SNS” e que existe uma “política deliberada de tentar espartilhar a autonomia técnico-científica e os atos médicos, em nome da sustentabilidade da economia e das finanças, não defende nem respeita os cidadãos nem os profissionais de saúde.”

“A violação sistemática da legislação laboral e as elevadas exigências numéricas por parte dos profissionais da gestão e das administrações nomeadas, não são compatíveis com as normas de segurança clínica definidas a nível nacional e internacional”, sublinham. De resto, os médicos dizem-se “cansados de “tapar buracos” para resolver muitas situações que, caso contrário, poderiam ter um desfecho negativo para os portugueses.”

A Assembleia de Representantes dos clínicos responsabiliza “o primeiro-ministro e o ministro da Saúde por todos os atrasos e constrangimentos” que afetaram os doentes durante os dias da recente greve e “sentem-se totalmente legitimados para continuar a defender as pessoas e a sua dignidade.”

Foto: Ordem dos Médicos

 

 

 

 

 

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