A cabeça de lista do BE às eleições europeias criticou o Plano Juncker por favorecer as parcerias público-privadas e só financiar projetos que possam ter rentabilidade, avisando que aplicado à ferrovia nunca chegaria ao interior do país.
No final da viagem de comboio entre Vila Nova da Baronia e Beja, em declarações aos jornalistas, Marisa Matias foi muito crítica do Plano Juncker, um plano de investimentos europeu que “está cheio de truques e de impossibilidades para um país mais coeso e mais igual”.
“[Esta viagem] serve desde logo para desfazer alguns dos equívocos daquilo que tem sido anunciado em relação ao Plano Juncker, que tem sido anunciado como uma enorme oportunidade de investimento no país e na realidade as pessoas não têm noção que estamos a falar de empréstimos, contam para a dívida e sobretudo estamos a falar de um plano de investimento que tem em conta critérios como favorecer as parcerias público-privadas, por um lado, e por outro lado, só financiar – na definição da própria Comissão Europeia – o que possa ter rentabilidade”, criticou
Segundo a eurodeputada do BE, foi a falta de rentabilidade que “levou a Comissão Europeia a chumbar já por duas vezes a proposta de melhoramento da linha e alargamento da linha entre Aveiro, Viseu e Mangualde”.
“O Plano Juncker, aplicado à ferrovia em Portugal e ao Ferrovia 2020, é um plano que na realidade nunca chegaria nem nunca vai chegar a Beja nem a nenhuma região do interior”, avisou.
A ferrovia é a forma de “ligar o litoral ao interior, o interior e o país inteiro à Europa e todos nós ao planeta porque é fundamental para o combate às alterações climáticas”.
“Aquilo que precisamos não são planos de investimento que nós põem a aumentar a dívida, mas não promovem um investimento que seja igual e redistributivo no quadro do país. Precisamos é de políticas de coesão a sério e não de cortes nos fundos de coesão, precisamos de investimentos que ponderem e que avaliem sempre o seu impacto nas alterações climáticas e precisamos de isentar aquilo que é comparticipação nacional do cálculo do défice quando estamos a falar de investimentos desta natureza”, defendeu.
Notícia com base na Lusa
Foto esquerda.net: Marisa em arruada na Rua Morais Soares, em Lisboa