A Junta da Extremadura acaba de anunciar a anulação do licenciamento das minas de urânio na zona de Badajoz, nos municípios de Higuera de Vargas, Jerez de los Caballeros, Oliva de la Frontera, Villanueva del Fresno, Valencia del Mombuey e Zahínos, em pleno território de montado (dehesa).
Há meses que a Plataforma Dehesa Sin Uranio mobilizava um movimento de cidadania contra o licenciamento de minas de urânio a céu aberto junto à fronteira portuguesa e numa área que afetaria o rio Alcarrache, afluente do Alqueva. Nas mobilizações participaram populações e autarcas de Barrancos e Reguengos, assim como outras pessoas preocupadas com os efeitos da mineração do urânio.
Segundo o Observatório Ibérico de Energia, as minas de urânio teriam um impacte devastador nas áreas de mineração, pela destruição do montado e por “lixiviados para recuperar o seu concentrado”, que são altamente radioactivos e vão para os lençóis freáticos e cursos de água, para além da libertação de gases radioactivos que se espalham junto à superfície e contaminam solos e todo o ambiente.
A Plataforma Dehesa Sin Uranio foi recebida no início de Junho no Parlamento português, na Comissão de Ambiente, tendo apresentado aos deputados todas as implicações e riscos para o território português, incluindo a albufeira do Alqueva, que envolvia a abertura da mineração de urânio.
A anulação do licenciamento da exploração uranífera constitui uma importante vitória das populações e da Plataforma Dehesa Sin Uranio, mas igualmente do Ambiente e do combate pelo fim da indústria das centrais nucleares.