O duplo álbum é lançado em junho. Inclui inéditos e raridades, gravados entre 1967 e 1999, nunca antes editados em digital.
A obra, que estará disponível a 01 de junho, está organizada de forma cronológica e abre com o primeiro EP, “Seis cantigas de amigo”, de 1967, ao qual se acrescentou agora o tema “Quantas sabedes amar, amigo (ou Mar de Vigo)”, nunca antes editado.
Entre as novidades incluídas neste álbum estão, por exemplo, a música “Fim de festa”, incluída num EP de marchas da Comuna-Cooparte, “Quantos é que nós somos”, feito para um disco de homenagem a Otelo Saraiva de Carvalho, e “Le proscrit de 1871”, retirado de um EP gravado com a cooperativa artística francesa Groupe Organon nos anos 1960, em Paris.
Há ainda temas compostos para cinema, nomeadamente para filmes de Paulo Rocha e Jorge Silva Melo, e três andamentos da obra instrumental “Fantaisie Languedocienne”, composta em 1987 e gravada este ano com um quarteto.
José Mário Branco recorda que a recuperação destes temas era “um projeto já muito antigo, porque houve coisas que ficaram para trás com a mudança para o digital”. É uma oportunidade de rever aqueles trinta anos de vida artística, parte dos quais vividos no exílio em França.
Aí, viveu o maio de 68. “Foi uma das coisas bonitas que eu tive o privilégio de viver. Vivíamos um pouco fechados na nossa triste condição de exilados. Exilados, políticos e portugueses”, recordou, numa altura em que se assinalam os 50 anos os acontecimentos do maio de 68 em França.
José Mário Branco, nascido no Porto, em 1942, exilou-se em França em 1963, depois de perseguido pela PIDE, por se opor ao regime ditatorial de Salazar e a uma participação na guerra colonial, e só regressou a Portugal depois da revolução de abril.
Notícia com Lusa