A Associação HABITA! emitiu um comunicado em que considera que “num momento em que o governo tenta conter a pandemia de Covid-19, com consequências na vida das pessoas e na economia do país” é preciso exigir o fim imediato dos despejos, o realojamento das famílias despejadas e das pessoas que estão a viver na rua, a requisição de casas vazias para realojamento de emergência.
A Associação entende que “é preciso que toda a população tenha as devidas condições necessárias para se proteger, ou seja, que todas as pessoas tenham uma casa segura onde viver com higiene e infra-estruturas básicas (água, luz, gás e saneamento)”, referindo que o serviço nacional de saúde está enfraquecido pela austeridade e “desprovido de capacidades básicas para responder a esta pandemia. ”
Para além das questões básicas de acesso a uma habitação adequada, a HABITA! avança com propostas para “evitar que o peso económico desta situação seja novamente suportado pela faixa mais frágil da população, na forma de perda de casa, de perda de trabalho, de nova miséria” e que “o apoio do Estado não se limite às empresas e aos grandes interesses económicos”, defendendo a suspensão das rendas e das hipotecas para as pessoas afetadas pela crise, entre outras medidas.
Finalmente, a Associação considera que é necessário dar prioridade à vida das pessoas antes dos interesses dos bancos e da especulação financeira. “A solução não pode passar pelo agressivo modelo de dívida, de privatização e de austeridade que foi seguido nas crises financeiras anteriores. O bem estar das pessoas tem de ser posto acima do lucro, bem como o estado social público acima do setor privado. As casas, os serviços comunitários e os hospitais têm de servir a população, e urge salvaguardá-los da voracidade da finança, que sabemos estar sempre pronta a lucrar em situações de crise como a que se avizinha.”