Força de combate aos incêndios ainda sem recursos

A política governamental de poupanças e cortes, para cumprir orientações de Bruxelas, começam a atingir as próprias forças de combate aos incêndios. O comandante do Grupo Especial de Combate Contra Incêndios (GIPS) da GNR afirma num ‘email’ interno que “não tem meios necessários” básicos, como luvas, fatos, telemóveis, carros ou computadores, para trabalhar no combate aos incêndios.

No ‘email’ interno a que o jornal Público teve acesso, o major Cura Marques, admite que, a uma semana de terminarem a formação, os GIPS “ainda não têm equipamento de proteção individual (EPI) não têm luvas, carros, rádios, telemóveis, computadores ou impressoras, nem sequer condições de descanso em todos os centros de meios aéreos onde vão ficar sediados”.

“Nesta data [a 15 de maio, quando concluírem a formação] passamos a contar com cerca de 1.070 militares, mas não temos equipamento de proteção individual (EPI) – capacete, cogula, luvas, etc -, nem viaturas para os transportar”, destaca o comandante. “Previsivelmente (com alguma sorte à mistura) podemos ter uma farda por militar, botas, cogula, óculos e capacete no dia 20 de maio. Sublinho que só teremos uma farda… não há tecido em Portugal para mais nesta altura. Esclareço também que nesta altura provavelmente não vai haver luvas .

O comandante aponta que poderão não estar em plena força a 01 de junho, salientando que “a normalidade só chegará mais tarde”, ou seja, só em julho.

O major destaca também que vai ser preciso improvisar nas zonas de descanso uma vez que “camas, armários, mesas e cadeiras… não há”. E “talvez em junho, julho” possa haver “algumas ‘pick-ups’”, para transportes

O Ministério da Administração Interna contactado pelo Público disse que “estão a decorrer os procedimentos habituais para a aquisição de novos equipamentos”. O governo avança com habitual declaração otimista: os “militares terão o equipamento necessário e indispensável para o cumprimento da sua missão”. Contudo, como também vai sendo habitual, não refere as datas em que tal ocorrerá.

Notícia com Lusa e Público

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