Fafe: árvores vítimas de erros de planeamento

O bloquista Leonel Castro foi a voz mais firme na denúncia do que ficará na história como o Arboricídio em Fafe.

Este facto, denunciado pelo BE de Fafe, ocorreu em pleno século XXI no ano em que os efeitos das alterações climáticas e a necessidade de pensar em ações de combate e de mitigação saiu da academia para as ruas das cidades na sequência da grave seca e severidade dos fogos florestais do último verão. É já do senso comum a necessidade de adaptarmos as nossas cidades de modo a criar condições que permitam manter níveis de humidade atmosférica e temperaturas agradáveis ou pelo menos suportáveis. Para isso, as árvores são excelentes aliadas.

Além destes aspetos, as árvores proporcionam também paisagens diferenciadas e conferem beleza às cidades. Obviamente que a sua plantação, escolha do local e das espécies, devem obedecer a rigorosos critérios de planeamento urbanístico.

A Câmara Municipal de Fafe ignorou todas estas questões e mandou abater 37 árvores da espécie liquidâmbar com cerca de 40 anos de idade. Estas árvores situavam-se nos passeios da Avenida da Liberdade, entre a Escola Secundária e a EB 2/3 Carlos Teixeira.

A Câmara Municipal alega que as raízes das árvores estavam a danificar os passeios e que estes precisam de requalificação. O Bloco de Fafe contrapõe, em comunicado distribuído à população e à comunicação social que
«há soluções urbanísticas que não implicam o corte do arvoredo, nomeadamente a abertura de caldeiras ou alargamento de caldeiras existentes. Seria perfeitamente possível requalificar os passeios sem abater as árvores, bastaria para isso vontade política e procura das melhores soluções técnicas. Abater as árvores não é solução e revela uma enorme incapacidade técnica de apresentar propostas alternativas bem como ume enorme incompetência política.»

No comunicado do BE pode ler-se ainda que «pensávamos que já se tinha ultrapassado a era da incompetência ao nível do planeamento urbanístico dos espaços públicos que permitiu a plantação de árvores que tinham como destino a sua decapitação a cada ano através das conhecidas “podas camarárias”. Afinal em Fafe esta fase não passou e continuamos a assistir a intervenções que revelam total incompetência e são um atentado contra a paisagem e o ambiente.»
Leonel Castro também alertou que «os diversos cenários dos efeitos das alterações climáticas apontam para um aumento médio das temperaturas, o qeu nos deve levar a pensar na melhor adaptação das cidades a essas alterações e a plantação e preservação de árvores são uma excelente forma de mitigar os efeitos das alterações climáticas.»

«O Arborícídio de Fafe é um crime ambiental e paisagístico que o BE repudia», acrescenta Leonel Castro.
A Quercus, por sua vez, também mostrou um cartão vermelho ao município de Fafe em comunicado distribuído á comunicação social.

«A Quercus repudia esta ação radical de abate de árvores saudáveis na força da sua vida.

Seria perfeitamente possível requalificar os passeios sem abater as árvores, bastaria para isso vontade política e procura das melhores soluções técnicas.

Existem soluções urbanísticas e arquitetónicas que tornam possível compatibilizar a existência das árvores com outros usos do espaço urbano, nomeadamente com abertura de caldeiras ou alargamento de caldeiras existentes.»

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