Mesmo após o embargo estabelecido em 2014, um terço dos Estados-membros da União Europeia exportou armas para a Federação Russa. Entre os 10 países que mais venderam material de guerra a Putin estão França, Alemanha e Itália. As vendas incluíram veículos blindados, caças e helicópteros, agora usados na criminosa agressão ao povo ucraniano
A França foi o país que mais vendeu (44%) armas à Federação Russa. No total, já depois do embargo de 2014, exportou 152 milhões de euros de equipamento militar. A França emitiu desde 2015 licenças de exportação para bombas, foguetes, torpedos, mísseis, cargas explosivas, armas letais, mas também equipamento de imagem, aviões com os seus componentes, drones. câmaras de imagem térmica para mais de 1000 tanques. Exportou ainda sistemas de navegação e detetores de infravermelhos para caças e helicópteros de combate.
Estes dados foram revelados recentemente pelo grupo de trabalho do Conselho da UE que regista todas as exportações militares dos 27, analisados pelo Investigate Europe.
Dez países enviaram “equipamento militar”, definição onde entram mísseis, bombas, torpedos, navios e carros de assalto. França, Alemanha, Itália, Áustria, Bulgária, República Checa, Croácia, Finlândia, Eslováquia e Espanha exportaram, entre 2015 e 2021, armas para a Rússia de Putin no valor total de 346 milhões de euros. Isto apesar de, desde julho de 2014, um embargo da UE proibir estritamente a venda de armas àquele país.
Este embargo não se aplicava, porém, aos contratos e acordos, nem às negociações em curso, realizadas antes de agosto de 2014, nem ao “fornecimento de peças sobressalentes e serviços necessários para a manutenção e segurança das capacidades existentes”. Uma muito “conveniente” brecha legal, logo aproveitada para que o negócio continuasse.
Olá:
346 milhões de euros é um valor muito baixo quando se fala de carros de combate, navios e misseis. É melhor consultar o preçário desses equipamentos e aferir a plausibilidade desses números.