Este 5 de junho, o Dia Mundial do Ambiente celebra-se em todo o mundo em circunstâncias extraordinárias criadas pela pandemia do COVID-19, catástrofe sanitária a que não será alheia a própria degradação ambiental.
Este ano, as celebrações centram-se na necessidade de defender a biodiversidade. Portugal é considerado mundialmente um hotspot da biodiversidade, um valioso património com mais de 4 000 espécies de plantas e de animais. No entanto, no final do ano passado o Tribunal Europeu decretou que Portugal falhou na declaração de 61 sítios como zonas especiais de conservação.
O nosso país não havia ainda convertido nenhum dos Sítios de Importância Comunitária (SIC) em ZEC (que deveria ter acontecido antes de 2010 ou 2012, nas regiões Atlântica e Mediterrânica) e não ter adotou medidas de conservação necessárias à preservação dos valores naturais presentes nos SIC.
Tem imperado a visão capitalista que impões práticas produtivistas e extrativistas predatórias, levando à extrema degradação ambiental e à extinção de espécies.
Segundo a Associação Ambientalista Zero, neste momento, é 456 o número de espécies ameaçadas em Portugal, incluindo as plantas. “É urgente que Portugal coloque em práticas planos de conservação para espécies ameaçadas como o lobo-ibérico ou algumas aves necrófagas. O programa de recuperação do lince-ibérico mostrou até ao momento que é possível ter êxito”, afirmam os ambientalistas da Zero
Neste Dia Mundial do Ambiente, a ZERO escolheu doze números que” temos de mesmo mudar”, para “enfrentar desafios como poucos algum dia imaginaram”. Entre outros objetivos, é preciso melhorar significativamente a qualidade do ar, reduzir o ruído, diminuir o desperdício de água, produzir menos resíduos e consumir menos plástico. A Zero defende a retirada do amianto das coberturas dos edifícios, o fornecimento de energia solar
Os ambientalistas consideram ainda que “A gestão conjunta de espaços florestais é fundamental para aumentar o rendimento dos proprietários florestais e fomentar a plantação de espécies autóctones.”
Foto: F H Mira on VisualHunt
“… melhorar significativamente a qualidade do ar, reduzir o ruído…”.
Lá nisso podemos estar descansados! O governo está a tratar do assunto: em vez de apostar na ferrovia como principal meio de transporte no país e na ligação ao resto da Europa, vai ampliar o aeroporto Humberto Delgado e construir outro no Montijo. Dois coelhos de uma cajadada!