A pesca de sardinha esteve proibida desde Janeiro e só a partir de 21 de maio os pescadores podem voltar ao mar com a permissão de captura de 4.855 toneladas, com limites diários, medidas de proteção e monitorização da pescaria, até dia 31 de julho.
Enquanto os homens do mar se queixam da má avaliação do stock desta espécie, cuja biomassa afirmam ter aumentado nos últimos anos, com base no que observam no dia-a-dia, já o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) afirma que o defeso nestes termos é uma necessidade para a salvaguarda da sardinha a médio e longo prazo, já que, sobretudo os juvenis da espécie, têm sofrido uma diminuição ou dificuldades no desenvolvimento. O IPMA está nesta altura a realizar uma campanha de avaliação da sardinha ao largo da costa portuguesa.
“As possibilidades de pesca após 1 de agosto dependerão da análise dos dados científicos recolhidos pelas campanhas científicas de Portugal e Espanha realizadas nesta primavera”, indicou o Ministério do Mar em resposta à agência Lusa.
Apesar de, inicialmente, o fim do defeso ter estado agendado para 30 de abril, o ministério de Ana Paula Vitorino optou por prolonga-lo, em concordância com as associações do sector, tendo em vista assegurar a recuperação e gestão do ‘stock’. Ao mesmo tempo, a pesca nesta altura poderá garantir um rendimento maior para os pescadores e armadores, já que o preço da sardinha tem tendência a aumentar em virtude de uma maior procura nos meses de Verão e principalmente dos santos populares.
Por agora está afastado o cenário de pesca zero, defendido num parecer do Conselho Internacional para a Exploração do Mar (ICES) em Outubro de 2017, e também o limite de 1.587 toneladas de pesca, anunciado em 2015. Já em 2016, o ICES tinha recomendado uma paragem completa da pesca desta espécie em Portugal, durante um período de 15 anos, para que o stock pudesse regressar a níveis considerados aceitáveis, o que suscitou grandes protestos e preocupação pelo sector.
Foto: Xadoc_dna on Visual Hunt