Coronavírus: Italianos ameaçam com greve geral

Há milhões de trabalhadores italianos a laborar em empresas não essenciais e sem equipamentos de proteção. 29 de março é o prazo limite dado pelas centrais sindicais italianas para o governo resolver os graves problemas de segurança.

Segundo a Federação dos Metalúrgicos da Lombardia, os trabalhadores querem que apenas as empresas estritamente necessárias continuem a funcionar. E com todas as medidas de segurança.

O governo inicialmente anunciou uma lista de atividades essenciais. Nas empresas que se recusaram a aplicar o Protocolo ou que não cumpriam os regulamentos de saúde, os sindicatos desencadearam greves, renovadas até que todos os regulamentos fossem respeitados.

Simplesmente, um decreto governamental posterior veio a acrescentar à lista inicial de empresas consideradas essenciais muitas outras, estranhas à emergência. Pior ainda, deixou ao critério das próprias empresas a determinação do que é considerado essencial

Mamadou Seck, secretário do sindicato Fiom declarou ao jornal La Stampa (citado pelo Público) que a situação se tornou “incontrolável por haver empresas que deviam ter sido fechadas há dias e, sem qualquer necessidade de estarem abertas, continuam a pôr em risco a saúde dos seus trabalhadores”.

Em Portugal o estado de emergência prevê suspensão de greves

Uma ameaça de greve geral como a que neste momento existe em Itália, poderia ser ilegal em Portugal a coberto do estado de emergência. A suspensão de greves pode ser imposta pelo atual estado de emergência, aprovado na Assembleia da República por Chega, CDS, PSD, PS, PAN e Bloco de Esquerda, com a abstenção do PCP, IL, PEV e Joacine Moreira.

Apesar da gravíssima situação sanitária vivida em Itália (6.820 as vítimas mortais, até agora) e país com um governo de direita, aí não foi suspenso o direito à greve. O mesmo não aconteceu, aliás, em Espanha, o terceiro país do mundo com maior número de casos. Nem na Dinamarca, Suécia, Inglaterra e Alemanha, países que também enfrentam a pandemia em grandes dimensões

 

Crédito da imagem: fiom-cgil

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