Os bancos lucraram 132,1 milhões de euros em 2017 com a disponibilização de meios de pagamento como cartões de débito, pré-pagos e de crédito, sobretudo devido às comissões cobradas, revela um estudo do Banco de Portugal (BdP) citado pela Lusa.
Intitulado “Custos Sociais dos Instrumentos de Pagamento de Retalho em Portugal”, o trabalho avalia os custos suportados em 2017 pelo sistema bancário, comerciantes e consumidores na disponibilização de instrumentos de pagamento de retalho (numerário, cheques, cartões de crédito, débito, débitos diretos e transferências a crédito) e destaca que, “pela primeira vez” desde a realização do estudo, os bancos tiveram mais proveitos do que custos nesta área.
“Na perspetiva privada do sistema bancário, os custos com a disponibilização dos instrumentos de pagamento de retalho em 2017 totalizaram 793,3 milhões de euros (0,44% do Produto Interno Bruto (PIB)) e os proveitos 925,4 milhões de euros (0,5% do mesmo indicador). Verificou-se assim, pela primeira vez desde a realização deste estudo, que a subsidiação cruzada entre instrumentos de pagamento foi suficiente para gerar uma situação global positiva, de 132,1 milhões de euros, que corresponde a uma taxa de cobertura de 116,7%”, refere.
Segundo explica, “para esta evolução foi determinante a inclusão das comissões cobradas através dos pacotes de gestão e manutenção de contas [265,5 milhões de euros], opção que reflete a prática generalizada do sistema bancário em 2017 e constitui uma importante alteração metodológica relativamente ao estudo de 2013”.
De acordo com o BdP, os cartões de débito, pré-pagos e de crédito e as transferências a crédito foram os instrumentos que contribuíram para esta situação, com os respetivos proveitos a superarem os custos em 230%, 110%, 170% e 114%, respetivamente.
Já para o numerário, cheques e débitos diretos, verificou-se o inverso, com taxas de cobertura de 29%, 83% e 62%, respetivamente.
Notícia Lusa