Áreas Metropolitanas: Transportes públicos não respondem às necessidades

O automóvel foi o principal meio de transporte nas deslocações dos residentes das Áreas Metropolitanas do Porto (AMP) e de Lisboa (AML), segundo o primeiro inquérito à mobilidade das duas áreas divulgado pelo INE.

De acordo com os resultados provisórios do Inquérito à Mobilidade nas Áreas Metropolitanas do Porto e de Lisboa, realizado pelo INE pela primeira vez de forma a estudar os hábitos de deslocação de cerca de um milhão de pessoas, o automóvel liderou as deslocações de forma mais marcante no Porto, com

Segundo o estudo, o principal motivo das deslocações foi o trabalho: 30,8% na AML e 30,3% na AMP, sendo que as viagens efetuadas pelos residentes da AMP e AML duraram em média 21,8 minutos e 24,3 minutos, respetivamente.

De acordo com os resultados, a população móvel – o conjunto de pessoas que realizaram pelo menos uma viagem com início no dia de referência do inquérito -, situou-se em 78,9% do total da população residente na AMP e 80,4% na AML. Nos dias úteis, este indicador ascendeu a 82,9% na AMP e a 85,1% na AML.

Analisando as deslocações realizadas segundo o município de destino, o município do Porto, na AMP, é o segundo ou o terceiro principal município de destino nas deslocações com origem em oito dos 17 municípios daquela área metropolitana, nomeadamente Maia, Matosinhos, Valongo, Gondomar, Póvoa de Varzim, Vila Nova de Gaia, Santo Tirso e Paredes.

No caso da AML, a centralidade do município de Lisboa nas deslocações realizadas é ainda mais vincada. Entre os 18 municípios da AML, apenas as deslocações com origem nos municípios do Montijo e de Sesimbra não apresentavam o município de Lisboa como segundo ou terceiro município de destino.

Cerca de 24% do total de deslocações entre municípios da AMP tinham como destino o município do Porto, enquanto 27% das deslocações entre municípios da AML tinham Lisboa como o município de destino.

Os transportes públicos e/ou coletivos, como principal meio de transporte, representaram 11,1% na AMP e 15,8% na AML.

Os principais motivos que levaram os residentes nas Áreas Metropolitanas do Porto e de Lisboa a optar pelo transporte individual foram a “rapidez” (assinalado por 58,4% e 62,5% dos respondentes, respetivamente) e o “conforto” (49,8% e 50,4%, pela mesma ordem). Foram também apontados os motivos de “rede de transportes públicos sem ligação direta ao destino”, “ausência de alternativa” e “serviços de transporte público sem a frequência ou fiabilidade necessárias”.

Foto: Nelso M Silva on Visual Hunt

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