Nos refeitórios escolares, falta variedade de produtos hortícolas na sopa, predominam os pratos de carne em detrimento dos pratos de peixe e de ovo e não são fornecidas saladas diariamente. A denuncia vem da Ordem dos Nutricionistas que aponta ainda para o fornecimento de alimentos não recomendáveis nas máquinas de venda automática.
Ao matutino Público, a Ordem garante que a maioria das refeições escolares “não cumpre as orientações relativamente às ementas e à qualidade nutricional das refeições disponibilizadas.”

“Falta fiscalização e monitorização da qualidade e da quantidade das refeições e isso só será possível com a contratação de profissionais nesta área”, defende, por sua vez, a nutricionista Margarida Liz.
A Bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Alexandra Bento, defende a contratação de 30 nutricionistas para as escolas de todo o país. Atualmente o Ministério da Saúde só tem dois nutricionistas ao seu serviço, um número manifestamente insuficiente.
Comprar local, comprar fresco e na época
O Bloco de Esquerda há muito vem defendendo que as cantinas públicas devem privilegiar a aquisição local, em especial de frutas e produtos hortícolas. Estes são mais frescos, pois não exigem transporte a longa distância; são produtos autóctones e da época, com melhor qualidade e melhor sabor. Além disto, estas aquisições reforçarão as economias locais e de proximidade, contribuindo para travar o despovoamento e revitalizar espaços rurais.
Infelizmente, o Código da Contratação Pública, já revisto pelo atual governo PS, continua talhado à medida dos interesses das grandes empresas de catering, com compras centralizadas e que privilegiam o baixo custo dos produtos, ainda que impliquem uma pegada ecológica insustentável.
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