A distribuição dos dividendos foi decidida em assembleia-geral de acionistas deste grupo privado, a operar no “negócio” da saúde
A assembleia decidiu ainda que do resultado líquido das contas individuais no valor de 29.554.175,64 euros, 14.100.000 euros serão aplicados em dividendos antecipados, 13.500.000 euros em dividendos, 1.477.708,78 euros em reserva legal e 476.466,86 euros em resultados transitados.
O lucro consolidado da José de Mello Saúde totalizou 22,8 milhões de euros no ano passado, uma descida de 1,1 milhões de euros em relação a 2016, divulgou a empresa, em 30 de abril, à CMVM.
“Como reflexo do forte investimento ocorrido durante o ano de 2017, e consequente aumento dos custos financeiros, os resultados financeiros foram negativos em 10,5 milhões de euros (um agravamento 1,6 milhões face a 2016). Desta forma, o resultado líquido da José de Mello Saúde foi de 22,8 milhões de euros, um decréscimo anual de 1,1 milhões de euros (-4,6%), face a 2016”, lê-se no relatório divulgado na altura.
As unidades do serviço nacional de saúde vivem momentos difíceis em resultado do desinvestimento. “O número de vezes que os médicos são “compelidos” a trabalhar em condições inadequadas, para que os portugueses possam ter acesso a cuidados de saúde, ultrapassa o limite”, afirma, por exemplo, a Ordem dos Médicos
Entretanto, a atividade dos grupos privados vai crescendo e acumulando lucros. Só na José de Mello Saúde e em 2017, o aumento do resultado líquido foi de 9,9% relativamente ao ano anterior, totalizando 408 milhões de euros.
A exigência de um Serviço Nacional de Saúde, geral, universal e gratuito faz, portanto, todo o sentido. A saúde é um direito humano, não pode ser um negócio alimentado pelos impostos de quem trabalha.
Notícia com Lusa
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